Corredores exclusivos de ônibus e rodízio de carros são medidas importantes para melhorar o trânsito de Belo Horizonte
Entre os problemas enfrentados pelas companhias de ônibus urbanos de Belo Horizonte, um deles é particularmente oneroso: o sufoco provocado pelo movimento intenso de carros e a falta de soluções específicas para o trânsito de transporte de passageiros.
Não somente em tempos de eventos sazonais, mas também em todos os dias da semana, destacadamente nos momentos de pico, o tráfego de ônibus, além de um exercício de extrema paciência dos profissionais do sistema, mostra-se de custo elevado.
Uma das soluções adotadas já em diversas cidades de grande porte do país, e não implantada na capital mineira, é a dos corredores exclusivos de ônibus, que acelera o transporte de passageiros e ajuda a economizar combustível.
O que foi feito, depois de muitos pedidos do SetraBH foi a construção de alguns pedaços de faixas exclusivas, mas praticamente nenhuma avenida possui 100% de faixa exclusiva, então, em algum momento do trajeto o ônibus vai disputar espaço com os carros.
Normalmente, é assim mesmo, as faixas exclusivas para ônibus estão ainda sujeitas à interferência de veículos nos cruzamentos para ruas transversais ou mesmo para entrada em imóveis, o que é comum nessas vias em Belo Horizonte.
Bom mesmo, como já existe em Brasília e outras capitais, seria a construção de corredores de ônibus, sempre à esquerda da via e nos quais são proibidos o embarque e o desembarque de passageiros de táxi, ficando apenas liberado o embarque e desembarque de passageiros dos ônibus.
Já previstas no Código Brasileiro de Trânsito, é proibido transitar com o veículo “na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo de passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do poder público competente”. Não temos esse sistema.
Há, no caso, um pedido do SetraBH para que sejam criadas faixas exclusivas ou preferenciais nas chamadas linhas arteriais (ruas importantes de entrada e saída de bairros), o que nunca aconteceu.
Também não existe em BH um sistema de rodízio de carros, apesar de a capital mineira ser uma das maiores cidades do país, com enorme abrangência urbana no que se convencionou chamar de Grande BH.
Reivindicação permanente do SetraBH, o rodízio de veículos pode ser uma boa opção para solucionar a questão do enorme volume de trânsito nas grandes cidades, à semelhança de Belo Horizonte.
Antes de tudo, é preciso entender que a circulação do transporte coletivo ganha prioridade sobre a de carros particulares, pela simples e primária constatação de que o transporte de passageiros é coletivo e o de carros, privados, para poucas pessoas.
Como ocorre em São Paulo, no rodízio alguns carros ficam restritos de circular em determinados dias e horários, usando critérios como os números finais da placa, por exemplo. Caso os motoristas desobedeçam às regras, sofrerão penalidades como multas e demais sanções.
Dessa maneira, fica evidente que é possível adotar medidas que, na prática, servem para oferecer melhor serviço aos passageiros e garantir mais economia de combustíveis, pelo melhor desempenho do veículo e por uma mais racional distribuição da frota.
Portanto, o SetraBH reforça reivindicações nesse sentido, no intuito da criação de soluções que, conjuntamente estudadas e adotadas, poderão melhorar sensivelmente o serviço atualmente ofertado à população de BH no quesito transporte de passageiros.